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Criança junta 142 kg de lacres para trocar por cadeira de rodas no RS
Em meio a correria do dia a dia. às vezes, atitudes do bem passam desapercebidas pelas pessoas. Entretanto, as mesmas câmeras utilizadas em reportagens de flagrantes de corrupção ao logo de 2015, desta vez, foram usadas para registrar uma atitude talvez até inesperada de uma menina de 8 anos de idade chamada Betina Motta, que recolheu mais de 100 kg de lacres de latinhas para comprar uma cadeira de rodas para um asilo. (Veja a segunda reportagem sobre flagrantes do bem exibida pelo RBS Notícias)
Em uma tarde de primavera uma van se aproxima de uma casa na Zona Norte de Porto Alegre trazendo Betina para casa após a manhã de estudos. “Ela se dedica aos coleguinhas porque é a integração das crianças que têm alguma deficiência. Ela se dedica com aquelas crianças. Todos gostam dela, então, ela adquire uma grande amizade”, diz a bisavó da menina, Gabi Costa.
“Ela não é como as outras crianças normais, que só se preocupam em brincar, ela tem uma preocupação com a humanidade, ela tem uma preocupação com as outras pessoas”, completa a tia, Luciana Costa Motta.
Na sala da casa de Betina chamam atenção milhares de lacres de latinhas que serão vendidos. o dinheiro será usado para comprar cadeiras de rodas para um asilo de idosos. “Depois que descobrimos a campanha do asilo, ela chegou em casa e disse: ‘mãe, quero ajudar a conseguir a cadeira de rodas para os vovozinhos do asilo’. Esse pedido mobilizou a família e os amigos”, disse a mãe, Ana Cristina da Silva.
Betina faz a contabilidade das garrafas e faz as contas. Cada uma das garrafas armazena dois mil lacres. Com a campanha, ela conseguiu recolher 142 kg do metal. O material foi levado para um depósito do Rotary Club do bairro Lindóia, na Zona Norte de Porto Alegre, onde existe uma campanha permanente de troca de lacres.
Em dois anos, a entidade recolheu 17 milhões de argolinhas. Com o dinheiro da venda, foi possível comprar 50 cadeiras de rodas para entidades. Mas porque apenas os lacres são recolhidos? “A lata é comida para muita gente que cada latas nas ruas e fazem dela seu pão diário”, explica o coordenador da campanha do Rotary, Frederico Kayser.
“Eu não podia ver uma latinha caída no chão que eu já saía correndo para pegar o lacre. Nós andávamos por tudo, só atrás de latinha”, conta a tia, Mirian Costa Motta. “Meu sobrinho tem um bar, então, passei a tarde inteirinha tirando lacre da lata do bar”, relata a avó Gabi Costa.
etina sai de casa rumo à escola pública onde a mãe dá aulas. Com dificuldades tira a cadeira de dentro do carro e se reúne com os alunos em um ônibus que os levará até o asilo.
Com o ato, aos poucos, o asilo vai sendo tomado pelo carinho das crianças. Tudo por conta do empenho e do poder de mobilização de uma menina de 8 anos, chamada Betina. “É um sinal de esperança muito grande, por mais que o mundo esteja conturbado, esses sinais mostram que o bem sempre vence”, diz a irmã Noemia Valgoi.